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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A dor que mais dói.


Saudade dói, não é?
E como dói…

A gente sente saudade de tantas coisas! Sentimos falta de um abraço, um beijo, um carinho. Um lugar, uma hora, um dia, um mes, um ano. Uma fração de segundos que simplesmente marcou. Sentimos saudade do doce, do salgado, do amargo. Das cores, do preto e branco. Sentimos falta do calor, do frio, do Sol, da chuva. Daquela roupa que amávamos ou daquele objeto que nos trazia tantas lembranças. Sentimos falta daquela voz, daquele conforto, daquela paz. Sentimos saudades até das coisas que não aconteceram, de pessoas que não conhecemos, de momentos que não vivemos. Penso que tudo na minha vida, tem um pouco de saudade.

Existem muitas dores, muitas formas de tristeza. Mas pra mim, a pior delas é a saudade. Nós nos apegamos muito as pessoas, as coisas, aos valores. Dizem-nos que nada é pra sempre, que tudo tem seu fim. Mas quem é que liga pra isso? Vivemos intensamente, amamos intensamente, acreditamos que vamos sempre ter aquela coisa pra gente! E quando perdemos… A, como dói. Pode ter uma solução, pode ser só momento, pode demorar menos de um minuto. Mas entre todos os sentimentos que sentimos, a saudade é realmente o mais intenso. Quando mais a gente se esforça pra deixar ela de lado, mas ela procura a gente, nos faz lembrar de coisas involuntariamente e já incomoda de novo. Podemos conseguir nos desapegar das coisas, deixar de lado, botar na cabeça que assim será. Mas quando menos esperamos, as lembranças ou os novos momentos imaginados bombardeiam. Parece que nunca tem fim, não é? A dor de perder um parente, um amor, um amigo. De simplesmente não saber o que aquela pessoa tá fazendo, pensando, com quem ela está. O fato de querer passar a mão no telefone pra dar um “Bom dia” e não poder. De querer contar os segredos, o dia, de perguntar se aquela pessoa tem estudado direitinho, que tem dormido bem, se está verdadeiramente feliz.

“Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.”

Mas é um ciclo, as pessoas passam pelas nossas vidas e com a mesma intensidade que as marcam, as deixam. A nossa saudade de hoje amanhã será a saudade de outro alguém e as nossas dores de hoje amanhã podem ser as nossas maiores alegrias! Quem já perdeu alguém, sabe como é. SÓ quem já experimentou tem a experiência necessária pra compreender o quanto de saudade podemos deixar e o quanto, com certeza, um dia deixaremos. E como dói…


Martha Medeiros

SAUDADES DE VC!!

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